Auditoria identificou atrasos e incertezas em ações como remoção de rejeitos, recuperação do ribeirão Ferro-Carvão, dragagem do Paraopeba e nova captação de água

Foto: Valmir Macêdo

A auditoria Aecom, contratada para acompanhar o cumprimento das medidas socioambientais após o rompimento da barragem da Vale S.A. em Brumadinho (MG) revelou atrasos expressivos na execução das principais obras previstas no Plano de Reparação Socioambiental. A informação consta em carta técnica da Aecom, encaminhada ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em abril de 2025.

Segundo o documento, a auditoria identificou que muitas ações previstas seguem com execução atrasada ou incerta, com destaque para os projetos de Remoção de Rejeitos, Recuperação Ambiental da bacia do ribeirão Ferro-Carvão, Dragagem dos primeiros 2km do rio Paraopeba e Construção da nova captação de água no rio Paraopeba. Estas obras são estruturantes e visam à recuperação da qualidade da água, recomposição ambiental da bacia e abastecimento hídrico da região metropolitana. 

Tabela: Comparativo de prazos das obras de reparação socioambiental

Obra/MedidaPrazo Inicial de ConclusãoPrazo Atual (Carta Técnica de 2025)
Remoção de rejeitosFinal de 2025Final de 2030
Recuperação ambiental da bacia do ribeirão Ferro-CarvãoFinal de 2026Final de 2030
Dragagem dos primeiros 2 km do rio ParaopebaSetembro de 2020Agosto de 2025
Construção da nova captação de água no rio ParaopebaSetembro de 2020Agosto de 2025

A Aecom ressalta que muitas das metas estabelecidas não foram cumpridas dentro dos prazos acordados e que há mudanças no escopo original das ações.

Fonte: Aedas 2025

Esses dados evidenciam atrasos significativos, de até cinco anos ou mais, na execução das ações pactuadas com a mineradora Vale. A auditoria aponta que, apesar das ações emergenciais terem sido iniciadas logo após o rompimento, o cronograma atual demonstra grande defasagem em relação ao planejamento original, comprometendo a efetividade da reparação e o restabelecimento da qualidade ambiental e hídrica da região. 

Leia a carta técnica da Aecom